Águeda: projeto “Escutar silêncios” cria rede de combate à violência doméstica

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Quase duas dezenas de instituições públicas e privadas assinaram, durante o dia de ontem, em Águeda, o protocolo de constituição da Rede Local contra a Violência Doméstica, no âmbito do projeto “Escutar Silêncios”.

A rede, impulsionada pela Câmara de Águeda, pelo Centro Hospitalar e pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Vouga, tem como objetivo contar com a colaboração de entidades distintas tais como instituições de solidariedade social, serviços de saúde, Ministério Público, serviços prisionais, forças de segurança e autarquias.

Na cerimónia, que decorreu no auditório da Biblioteca Manuel Alegre, o Presidente da Câmara Municipal de Águeda, Gil Nadais, destacou a evolução social que se tem verificado em relação ao tema e considerou a rede um instrumento importante para o respeito pela dignidade humana.

“A sociedade tem evoluído, embora por vezes não nos demos conta. O fenómeno da violência doméstica não é novo. O que há é uma maior consciencialização, pois há trinta anos era impensável juntar este conjunto de instituições para o combater”, referiu o autarca, salientando que coube à Câmara de Águeda o papel de congregar vontades e entidades no projeto.

Por seu turno, o presidente do conselho de administração do Centro Hospital do Baixo Vouga (CHBV), Aurélio Rodrigues, saudou a articulação entre entidades públicas e privadas, garantindo o empenho do CHBV e dos seus profissionais no projeto, em particular através do seu Departamento de Psiquiatria, recentemente acreditado pela Direção Geral da Saúde.

O diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do baixo Vouga, Manuel Sebe, salientou ainda que os cuidados de saúde primários são “a porta de entrada” para a sinalização de vítimas e agressores, instando os profissionais a ajudarem as primeiras a “sair do silêncio e quebrar o ciclo vicioso” da violência doméstica.

João Redondo, que tem desenvolvido projetos de redes congéneres pelo país, considerou a violência doméstica como “um problema de saúde que se pode prevenir” e reforçou que é na urgência hospitalar e nas consultas do médico de família que muitos casos são detetados, mas sublinhou que “tem de haver uma resposta com o envolvimento de vários setores, quando se pergunta a alguém se é vítima de violência”.

Tiago Santos, psiquiatra do CHBV, concluiu que “dada a natureza e dimensão do problema, não é só a saúde e a justiça que conseguem responder, sendo preciso o envolvimento de diferentes entidades, numa relação de cooperação”, o que o protocolo assinado institucionaliza, no que designou como uma “conspiração do bem para aproveitar os recursos que podem ser mobilizados”.

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Editorial | Luís Monteiro, membro da Direção Nacional da APMGF
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