Uma plataforma de telemedicina conjugada com instrumentos de diagnóstico de oftalmologia, uma solução integrada e pioneira a nível mundial, será apresentada na quarta-feira, durante uma consulta entre Lisboa e São Tomé e Príncipe, disse hoje um dos responsáveis pelo projecto.
“Esta solução integrada (Teleye) que articula seis instrumentos de diagnóstico oftalmológico com a plataforma de telemedicina Medigraf é uma novidade a nível mundial”, disse à Lusa Ahmed Zaki, um dos directores responsáveis por este projecto desenvolvido pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF).
O Medigraf – tecnologia desenvolvida pela Portugal Telecom (PT) e que se baseia na utilização da internet e de um software específico – permite a visualização do médico, em tempo real, dos exames que estão a ser realizados em outro local, mesmo em outro continente, com o objectivo de conseguir um diagnóstico mais rápido e exacto.
O Medigraf já é utilizado em consultas de telemedicina em Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e em Portugal.
A solução Teleye integra, pela primeira vez, seis equipamentos oftalmológicos fundamentais – lâmpada de fenda, retinógrafo, auto-refratómetro/keratómetro, tonómetro e câmara de alta definição – numa única plataforma de telemedicina.
Trata-se de um instrumento fundamental para o rastreio, prevenção e tratamento de várias patologias – erro de refracção, catarata, glaucoma, patologia em idade pediátrica, trauma ocular, patologias infecciosas e retinopatias – que provocam a cegueira e a baixa visão, oferecendo rápidas e rigorosas possibilidades de resposta e de orientação terapêutica.
“Nesta caminhada da telemedicina, já conseguimos integrar vários equipamentos numa plataforma. Várias especialidades médicas já utilizam esta tecnologia, como a cardiologia e ortopedia, agora chegou a vez da oftalmologia”, referi Zaki, director de operações no terreno do IMVF.
O médico egípcio Ahmed Zaki acompanha os projectos nos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Na quarta-feira, durante a consulta, os doentes são-tomenses vão estar no Hospital Dr. Ayres de Menezes, em São Tomé e Príncipe, e o médico oftalmologista estará na sede do IMVF, em Lisboa.
A solução Teleye – que nasceu da parceria do IMVF com a PT Inovação e outros parceiros da área das tecnologias de oftalmologia – foi desenvolvida no âmbito do projecto de prevenção e tratamento de doenças oftalmológicas em São Tomé e Príncipe (iSEE).
O iSEE está integrado no programa “Saúde para Todos”, implementado há 25 anos pelo Instituto Marquês de Valle Flôr em São Tomé e Príncipe, em parceria com o Ministério da Saúde do país africano lusófono.
O programa “Saúde para Todos” é co-financiado pela Cooperação Portuguesa e apoiado pela Direcção-geral da Saúde e pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Em São Tomé e Príncipe, que não possui médicos oftalmologistas, há cerca de três mil pessoas com problemas de baixa visão e cegueira.
Desde 2009, uma equipa de oftalmologistas desloca-se a São Tomé e Príncipe três a quatro vezes por ano, onde realizam uma média de 650 consultas e 100 cirurgias em cada missão de 15 dias. Neste momento, encontra-se no país uma equipa de oftalmologia do IMVF para realização da 16ª missão no terreno.
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