Jornal Médico - Enfermeiros marcam greve nacional de dois dias

Os sindicatos de enfermeiros marcaram, hoje, uma greve nacional de dois dias, 20 e 21 de setembro, na sequência de uma reunião com a UGT, contra a falta de propostas do Governo para a carreira. Os seis sindicatos, organizadores da greve, marcaram uma reunião para analisar a contraproposta do Governo, mas, devido à falta do documento, este encontro serviu preparar novas formas de luta. A greve de enfermeiros foi convocada por todos os sindicatos, sendo eles: Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Sindicatos dos Enfermeiros, Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira. Ainda hoje, os representantes das seis entidades sindicais vão reunir-se com a bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE), Ana Rita Cavaco, para discutir, entre outros temas, as negociações da carreira. Em declarações à agência Lusa, a bastonária afirmou que a OE “apoia as formas de luta que forem legais e legítimas”, lembrando a necessidade da definição da “estrutura de carreira” de enfermagem, uma profissão de “desgaste físico, psíquico e emocional rápido”. Numa conferência de imprensa, os sindicatos salietaram o facto de todos terem chegado a acordo em relação às formas de luta. "Os enfermeiros estão unidos e isso é que é importante que fique claro", disse o presidente do SINDEPOR, Carlos Ramalho. Segundo a presidente da ASPE, Lúcia Leite, os sindicatos definiram "um plano de greves até meados de outubro e estamos dispostos a decretá-las todas, ou suspender caso o Governo responda entretanto", sendo que só vão parar quando obtiverem "os resultados que estão à espera". Já no início deste mês, o presidente do SEP, José Carlos Martins, admitiu novas greves e manifestações caso não se concretizassem negociações com a tutela. Em suma, Os sindicatos querem que o salário mínimo para enfermeiros seja de 1.600 euros mensais, que esteja contemplada a perspetiva de se chegar ao topo da carreira técnica superior, que não haja deterioração de salários, que se valorize o trabalho especializado e que se crie uma categoria na área da gestão. Atualmente, muitos enfermeiros ganham pouco mais de mil euros, muitos deles sem atualização salarial há 20 anos. O mês de agosto tem sido marcado por várias greves regionais de enfermeiros, nas várias unidades de saúde, em defesa da progressão da carreira. Ainda hoje estão a decorrer paralisações no Centro Hospitalar Cova da Beira e no Hospital Distrital da Figueira da Foz.

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