Jornal Médico - Hospital do Seixal: Comissão de utentes lamenta falta de cuidados paliativos

A Comissão de Utentes da Saúde do Conselho do Seixal entregou ao ministro da Saúde um manifesto sobre a construção do Hospital do Seixal, no qual criticou o facto de este novo equipamento deixar de ter camas para cuidados paliativos. “Num momento em que se fala na dignidade da vida humana e tendo em conta a falta de respostas nestas áreas, não se entende que se retire esta valência num novo hospital”, escreveu a comissão, no documento entregue ao ministro, na passada sexta-feira, quando foi assinada a adenda ao protocolo de construção do Hospital do Seixal. Segundo os utentes, desde a inauguração do Hospital Garcia de Orta (HGO), que se antevia para o distrito de Setúbal e apontando-se, desde logo, como prioridade, a construção do Hospital no Seixal. O novo equipamento de saúde caracterizado como Hospital de Proximidade, visa aproximar a prestação de cuidados diferenciados à população abrangida, desenvolvendo a sua atividade em ambulatório com consultas externas, cirurgias de ambulatório e meios complementares de diagnóstico e terapêutica diferenciados, estando integrado no HGO, do qual dependem os recursos humanos e materiais necessários para assegurar a atividade. Contudo, para os utentes existem preocupações pelo facto de terem sido retiradas algumas das especialidades previstas no projeto inicial, nomeadamente a retirada das camas para os cuidados paliativos. “Manteremos a firme vontade de continuar a lutar até que o Hospital no Concelho do Seixal seja uma realidade e que o mesmo responda às carências hospitalares das populações de Almada, Seixal e Sesimbra”, explica a comissão de utentes. Uma vez que esta unidade hospitalar irá funcionar em estreita articulação com o ACES Almada/Seixal, os utentes defendem que é necessário reforçar e melhor, também, os centros de saúde locais. Recorde-se que, em 2009, o Estado assinou um acordo com a Câmara Municipal do Seixal para a construção do Hospital neste concelho, contudo, na altura, o processo não chegou a avançar. Só em 2017, Orçamento do Estado destinou uma verba para o lançamento do concurso público para este projeto. Segundo a autarquia do Seixal, o Governo comprometeu-se com a abertura do concurso público no primeiro semestre de 2017 e tanto o secretário de Estado da Saúde, como a presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo afirmaram publicamente que o equipamento estaria ao serviço da população até ao final de 2019. No entanto, tal não se concretizou. Em janeiro de 2018, o Governo publicou a portaria de extensão de encargos relativos à aquisição de serviços para a conceção e projeto do hospital no Seixal, tendo sido, agora, assinada uma adenda ao acordo.

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