Jornal Médico - USF Serpa Pinto: pioneiros do processo de mudança

A "conspira&ccedil;&atilde;o" que deu origem &agrave; USF Serpa Pinto, come&ccedil;ou em 1999. O grupo inicial de m&eacute;dicos que come&ccedil;ou a discutir a pr&eacute;-candidatura, subdividiu-se e deu tamb&eacute;m origem &agrave; actual USF Horizonte A "conspira&ccedil;&atilde;o" que deu origem &agrave; USF Serpa Pinto, come&ccedil;ou em 1999. O grupo inicial de m&eacute;dicos que come&ccedil;ou a discutir a pr&eacute;-candidatura, subdividiu-se e deu tamb&eacute;m origem &agrave; actual USF Horizonte. Tudo come&ccedil;ou com o desafio que foi a publica&ccedil;&atilde;o do DL 117/98, definindo o Regime Remunerat&oacute;rio Experimental. O "parto" da USF Serpa Pinto deu-se com a sua abertura em 2 de Outubro do ano 2000. Desenvolveu-se e resistiu, com os 9 grupos RRE do Norte e 20 a n&iacute;vel nacional, at&eacute; 2006. A evolu&ccedil;&atilde;o para unidade de sa&uacute;de familiar constituiu um processo natural e consequente com o esp&iacute;rito de uma equipa pioneira do processo de mudan&ccedil;a registado nos cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios. O dia em que a equipa come&ccedil;ou a trabalhar como USF representou, assim, a continuidade do trabalho iniciado h&aacute; quase uma d&eacute;cada e uma nova motiva&ccedil;&atilde;o relacionada com o sentimento de estar a viver a consolida&ccedil;&atilde;o desse processo A USF Serpa Pinto &eacute; constitu&iacute;da por oito m&eacute;dicos, sete enfermeiros e seis secret&aacute;rios cl&iacute;nicos. Abrange uma popula&ccedil;&atilde;o de 13.900 utentes. A equipa poucas altera&ccedil;&otilde;es registou relativamente ao Regime Remunerat&oacute;rio Experimental (RRE). No grupo de m&eacute;dicos tinham mudado dois por reforma. Os sectores de enfermagem e administrativo foram refor&ccedil;ados com a entrada de um elemento de cada, provenientes do Centro de Sa&uacute;de de Aldoar e da Unidade Local de Sa&uacute;de (ULS) de Matosinhos, respectivamente. Em 2000, ano da cria&ccedil;&atilde;o do RRE, a equipa absorveu 5.500 utentes que, anteriormente, n&atilde;o tinham m&eacute;dico de fam&iacute;lia atribu&iacute;do. O hor&aacute;rio de funcionamento da USF &eacute; alargado. De segunda a sexta-feira, a unidade permanece aberta das 8 &agrave;s 23 horas e entre as 15 e as 20 horas, aos s&aacute;bados, domingos e feriados. Transi&ccedil;&atilde;o foi mais uma oportunidade de melhoria A transi&ccedil;&atilde;o de RRE para USF processou-se "de forma relativamente natural, atendendo &agrave; vida anterior da equipa multiprofissional como RRE. Foi, no entanto, uma etapa muito significativa em termos da melhoria cont&iacute;nua da qualidade organizacional da equipa", afirma o coordenador, Bernardo Vilas Boas. A fase de elabora&ccedil;&atilde;o dos documentos n&atilde;o foi complicada, "mas deu trabalho porque nos faltava redigir, por exemplo, o Regulamento Interno". Apesar das pr&aacute;ticas correntes e interiorizadas pela equipa, esta foi "mais uma oportunidade para avaliar e melhorar, tal como j&aacute; faz&iacute;amos". Nesse aspecto, o m&eacute;dico sublinha que "as diferentes expectativas, saberes e compet&ecirc;ncias que existem nos v&aacute;rios grupos profissionais fazem com que a coordena&ccedil;&atilde;o da equipa seja um desafio, do ponto de vista t&eacute;cnico e socio - afectivo". Todavia, o facto de existirem princ&iacute;pios e expectativas comuns, em torno dos valores, da miss&atilde;o, objectivos e vis&atilde;o, acabam por facilitar o trabalho Consolida&ccedil;&atilde;o do processo de mudan&ccedil;a O dia em que a unidade abriu as portas como USF significou, por um lado, "continuidade" e, por outro, "nova motiva&ccedil;&atilde;o, relacionada com o sentimento de estarmos a viver a consolida&ccedil;&atilde;o de um processo de mudan&ccedil;a em que t&iacute;nhamos sido pioneiros, j&aacute; no fim da d&eacute;cada anterior". Para os utentes, habituados &agrave;s regras de funcionamento do RRE, a diferen&ccedil;a n&atilde;o foi muito &oacute;bvia. Mas registaram mudan&ccedil;as, em particular no atendimento, e tamb&eacute;m atrav&eacute;s de pequenas obras de remodela&ccedil;&atilde;o e beneficia&ccedil;&atilde;o das instala&ccedil;&otilde;es, de que &eacute; exemplo o ar climatizado. De resto, Bernardo Vilas Boas considera que "a popula&ccedil;&atilde;o sabe muito bem qual o servi&ccedil;o p&uacute;blico de que disp&otilde;e com a USF Serpa Pinto, tudo o que aconteceu de inovador, e compreende que j&aacute; n&atilde;o se trata de uma realidade isolada". Capacita&ccedil;&atilde;o dos utentes &eacute; um dos grandes objectivos As mais-valias que os profissionais da USF procuraram imprimir &agrave; presta&ccedil;&atilde;o de cuidados de sa&uacute;de, relativamente ao modelo de centro de sa&uacute;de convencional "s&atilde;o muito grandes, tanto para os profissionais como para os utentes". Relativamente aos primeiros, Bernardo Vilas Boas salienta "o envolvimento de todos na vida e gest&atilde;o da USF, &uacute;nica forma de assegurar a autonomia organizacional, funcional e t&eacute;cnica. Todos participaram na elabora&ccedil;&atilde;o dos documentos fundamentais, como &eacute; o caso do Regulamento Interno e da Carta de Qualidade. Por outro lado, participam em todas as orienta&ccedil;&otilde;es, actividades e iniciativas da unidade de sa&uacute;de, no Plano de Ac&ccedil;&atilde;o, na defini&ccedil;&atilde;o das metas e na avalia&ccedil;&atilde;o dos resultados". Relativamente aos utentes, o m&eacute;dico sublinha o esfor&ccedil;o da equipa para a sua capacita&ccedil;&atilde;o em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; pr&oacute;pria sa&uacute;de e &agrave; vida na USF: "os nossos utentes s&atilde;o a verdadeira raz&atilde;o de exist&ecirc;ncia da unidade de sa&uacute;de e o nosso melhor aliado na preserva&ccedil;&atilde;o e promo&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;pria sa&uacute;de". Comparando o desempenho da USF com o que acontecia antes nos centros de sa&uacute;de convencionais, Bernardo Vilas Boas salienta o "aumento da acessibilidade e da qualidade dos cuidados prestados, como &eacute; not&oacute;rio na elevada taxa de utiliza&ccedil;&atilde;o e nas metas atingidas em 2008 em rela&ccedil;&atilde;o aos diversos programas de sa&uacute;de". A satisfa&ccedil;&atilde;o dos utentes - e dos profissionais - &eacute; avaliada periodicamente pela equipa. Quanto aos dados do estudo realizado a n&iacute;vel nacional pela Miss&atilde;o para os Cuidados de Sa&uacute;de Prim&aacute;rios (MCSP), a satisfa&ccedil;&atilde;o dos profissionais &eacute; elevada "em rela&ccedil;&atilde;o ao que depende de n&oacute;s pr&oacute;prios". Relativamente aos utentes, "&eacute; ligeiramente inferior a estudos anteriores que realiz&aacute;mos, o que pode estar relacionado com vi&eacute;s resultantes de uma amostra pequena e com o facto de o question&aacute;rio ter sido aplicado num dia que coincidiu com a aus&ecirc;ncia devidamente justificada de m&eacute;dicos para forma&ccedil;&atilde;o como orientadores - sublinhe-se que dos 8 m&eacute;dicos de fam&iacute;lia, 5 s&atilde;o orientadores de forma&ccedil;&atilde;o". Desenvolvimento profissional cont&iacute;nuo - pr&aacute;tica habitual definida no Regulamento Interno O desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas e da equipa &eacute; encarado por Bernardo Vilas Boas como uma prioridade. A USF disp&otilde;e de um plano de forma&ccedil;&atilde;o interno, "cujos princ&iacute;pios e orienta&ccedil;&otilde;es gerais est&atilde;o definidos no Regulamento Interno e que se concretiza todos os anos". Esse plano abrange os tr&ecirc;s grupos profissionais, "embora se reconhe&ccedil;a a necessidade de maior iniciativa por parte dos secret&aacute;rios de fam&iacute;lia e mesmo dos enfermeiros de fam&iacute;lia". Os m&eacute;dicos e a equipa t&ecirc;m realizado avalia&ccedil;&otilde;es de qualidade na &aacute;rea da Sa&uacute;de Infantil, da Sa&uacute;de Materna e da Diabetes, t&ecirc;m definido Orienta&ccedil;&otilde;es Cl&iacute;nicas e "TAC" - T&oacute;picos de Avalia&ccedil;&atilde;o Cr&iacute;tica, nas mais diferentes &aacute;reas da sua ac&ccedil;&atilde;o, essenciais para boas pr&aacute;ticas, baseadas cientificamente e eficientes. Na &aacute;rea do secretariado cl&iacute;nico, "at&eacute; &agrave; data, as &uacute;nicas possibilidades de forma&ccedil;&atilde;o foram disponibilizadas pela Administra&ccedil;&atilde;o Regional de Sa&uacute;de Norte e aquela que &eacute; realizada na unidade, no &acirc;mbito do plano de forma&ccedil;&atilde;o". Ao n&iacute;vel da forma&ccedil;&atilde;o de internos, a USF possui cinco orientadores de forma&ccedil;&atilde;o. Neste momento, al&eacute;m de sete internos de Medicina Geral e Familiar, a USF proporciona ainda forma&ccedil;&atilde;o a internos do Ano Comum, a alunos do ICBAS e da Escola de Ci&ecirc;ncias da Sa&uacute;de da Universidade do Minho, assim como a alunos de enfermagem. Na opini&atilde;o de Bernardo Vilas Boas, as vantagens da realiza&ccedil;&atilde;o do internato de MGF numa USF derivam "de todo o ambiente que se vive na unidade de sa&uacute;de, do trabalho em equipa multiprofissional e da intensidade da forma&ccedil;&atilde;o cont&iacute;nua". Qualidade organizacional e t&eacute;cnico-cient&iacute;fica A Comiss&atilde;o da Qualidade Organizacional constitui uma originalidade da USF Serpa Pinto, que funciona em &iacute;ntima liga&ccedil;&atilde;o com o coordenador e o Conselho T&eacute;cnico. Bernardo Vilas Boas afirma que esta "foi e &eacute; uma medida importante para o maior envolvimento dos profissionais, quer nas iniciativas de melhoria das condi&ccedil;&otilde;es de trabalho, quer de bem-estar para os utentes... &Agrave; sua responsabilidade esteve a organiza&ccedil;&atilde;o do 9&ordm; anivers&aacute;rio, da reuni&atilde;o p&uacute;blica com os utentes e diversas ac&ccedil;&otilde;es de conv&iacute;vio, como por exemplo, os Pedi-paper. No que se refere &agrave; auto-regula&ccedil;&atilde;o e responsabilidade, o coordenador assinala que "como &eacute; natural, em nove anos houve v&aacute;rios conflitos internos &agrave; equipa e com alguns utentes, de maior ou menor gravidade...A USF Serpa Pinto orgulha-se de os ter resolvido sempre internamente, sem uma &uacute;nica excep&ccedil;&atilde;o, ou seja, todos foram resolvidos com &ecirc;xito, no quadro e no &acirc;mbito da equipa multiprofissional, sem ter de recorrer a entidades externas. Este poder de auto-regula&ccedil;&atilde;o que cont&eacute;m riscos e implica por vezes sacrif&iacute;cios, s&oacute; foi e &eacute; poss&iacute;vel com um elevado n&iacute;vel de responsabilidade, essencial para a afirma&ccedil;&atilde;o da sua pr&oacute;pria autonomia." Comunica&ccedil;&atilde;o &eacute; fundamental... A comunica&ccedil;&atilde;o inter-pares e com os utentes &eacute; fundamental, defende Bernardo Vilas Boas. "E foi com alguma surpresa que descobrimos, ao fim de alguns anos de vida da equipa, que a comunica&ccedil;&atilde;o era um ponto fraco". Assim, "foi necess&aacute;rio rever o conceito, a depend&ecirc;ncia m&uacute;tua do "emissor" e "receptor" e desenvolver medidas simples que, para al&eacute;m de melhorarem a comunica&ccedil;&atilde;o, diminu&iacute;ram o ru&iacute;do e o desperd&iacute;cio". Entre elas, o m&eacute;dico assinala "os tr&ecirc;s toques do telefone" (se o profissional n&atilde;o atende &eacute; porque lhe &eacute; imposs&iacute;vel e n&atilde;o vale a pena insistir), o Google talk como meio silencioso de comunica&ccedil;&atilde;o interna e o Centro de Documenta&ccedil;&atilde;o electr&oacute;nico, dispon&iacute;vel em todos os gabinetes de trabalho e na biblioteca. Para Bernardo Vilas Boas, "a comunica&ccedil;&atilde;o &eacute; uma daquelas condi&ccedil;&otilde;es b&aacute;sicas da vida de uma equipa e USF que necessita de ser cultivada diariamente e pressup&otilde;e confian&ccedil;a m&uacute;tua". Liga de Amigos apoia utentes idosos A equipa da USF Serpa Pinto d&aacute; resposta a uma popula&ccedil;&atilde;o urbana e exigente, "at&eacute; porque lhe temos proporcionado expectativas altas", explica Bernardo Vilas Boas. "A participa&ccedil;&atilde;o na vida da USF n&atilde;o tem sido f&aacute;cil. No entanto, tem aderido, quer a reuni&otilde;es anuais para presta&ccedil;&atilde;o de contas, quer &agrave; Liga de Amigos da USF (LAUS)". A Liga foi criada em 23 de Novembro de 2004, quando a unidade ainda funcionava ao abrigo do RRE. Com muita persist&ecirc;ncia e algumas "dores de cabe&ccedil;a", a Liga de Amigos acabaria por assumir a natureza jur&iacute;dica de Institui&ccedil;&atilde;o Particular de Solidariedade Social (IPSS). A LAUS d&aacute; apoio a utentes idosos, independentes ou semi-dependentes, que vivem sozinhos e n&atilde;o t&ecirc;m qualquer apoio familiar ou social. Para al&eacute;m do apoio aos idosos no seu domic&iacute;lio, o empr&eacute;stimo de colch&otilde;es anti - escaras de press&atilde;o alterna &eacute; outro dos servi&ccedil;os prestados pela Liga de Amigos. Os s&oacute;cios da LAUS pagam apenas uma quota de um euro por m&ecirc;s. Al&eacute;m dos servi&ccedil;os prestados pelos volunt&aacute;rios, t&ecirc;m acesso a descontos nas farm&aacute;cias pr&oacute;ximas da USF, em cl&iacute;nicas dent&aacute;rias e de podologia. Entre os pequenos servi&ccedil;os disponibilizados pelos volunt&aacute;rios - todos eles, utentes da USF - inclui-se a marca&ccedil;&atilde;o de consultas, pedidos de medica&ccedil;&atilde;o cr&oacute;nica e acompanhamento &agrave;s consultas, entre outros. S&atilde;o tamb&eacute;m eles que ajudam os profissionais da unidade de sa&uacute;de familiar na organiza&ccedil;&atilde;o dos eventos da Liga - a Festa de Natal e de anivers&aacute;rio da LAUS - assim como nas campanhas de angaria&ccedil;&atilde;o de fundos. Ainda ao n&iacute;vel da interven&ccedil;&atilde;o na comunidade, a equipa desenvolveu um projecto dirigido aos jovens, junto da Escola Clara de Resende, um dos parceiros privilegiados da USF, tal como a Junta de Freguesia de Cedofeita. Insatisfeitos com a falta de melhores espa&ccedil;os para a sa&uacute;de e de um sistema de informa&ccedil;&atilde;o eficaz O espa&ccedil;o da USF &eacute;, na opini&atilde;o de Bernardo Vilas Boas "insuficiente", designadamente "devido &agrave; falta de luz natural". Al&eacute;m disso, "sofre de v&aacute;rios problemas estruturais, resultantes de ser uma adapta&ccedil;&atilde;o de um espa&ccedil;o que n&atilde;o foi constru&iacute;do para unidade de sa&uacute;de. Como dizemos h&aacute; v&aacute;rios anos, a Sa&uacute;de devia dispor dos melhores espa&ccedil;os na cidade do Porto, o que n&atilde;o acontece de uma forma geral, embora existam excep&ccedil;&otilde;es". Por este motivo, "na nossa candidatura a Modelo B propusemos a constru&ccedil;&atilde;o de uma unidade de sa&uacute;de de raiz". Em rela&ccedil;&atilde;o aos equipamentos, "n&atilde;o h&aacute; car&ecirc;ncias graves, mas os conceitos evoluem e nessa perspectiva falta o "quiosque electr&oacute;nico" e justificar-se-&aacute;, por exemplo, um desfibrilhador". A maior insatisfa&ccedil;&atilde;o dos profissionais, no entanto, situa-se ao n&iacute;vel do sistema inform&aacute;tico. Nesta &aacute;rea, "a equipa sente-se altamente penalizada pela imposi&ccedil;&atilde;o do SAM-SAPE, com todos os problemas que resultaram de uma migra&ccedil;&atilde;o de dados que se arrasta h&aacute; quase um ano, que tem imperfei&ccedil;&otilde;es significativas e que obrigou os profissionais a mudar h&aacute;bitos e conhecimentos que j&aacute; estavam enraizados". A USF Serpa Pinto "foi pioneira na utiliza&ccedil;&atilde;o do software alternativo Medicine One, que come&ccedil;ou a utilizar ainda como Consult&oacute;rios 6 em 2003, &agrave; custa da aquisi&ccedil;&atilde;o das respectivas licen&ccedil;as pelos pr&oacute;prios m&eacute;dicos". Estes fizeram-no "por aus&ecirc;ncia de resposta e por incumprimento da tutela em rela&ccedil;&atilde;o aos compromissos assumidos, que previam um sistema de informa&ccedil;&atilde;o adequado desde o in&iacute;cio do RRE". Neste momento, "a equipa est&aacute; impossibilitada de monitorizar informaticamente o cumprimento das metas contratualizadas. J&aacute; n&atilde;o tem informa&ccedil;&atilde;o do Medicine One, que utilizou at&eacute; Mar&ccedil;o 2009 e n&atilde;o tem qualquer informa&ccedil;&atilde;o cred&iacute;vel do m&oacute;dulo estat&iacute;stico do SAM ou do ME (desenvolvido pela Microsoft)". Outra dificuldade, sentida sobretudo na &aacute;rea administrativa, tem a ver com a multiplicidade de programas - SINUS, Alert P1, SIIMA Rastreios, SISO, BAS e DPN - "que tornam as comunica&ccedil;&otilde;es demasiado lentas, gerando algum atraso no atendimento". "O problema &eacute; a capacidade ou n&atilde;o de fazer acontecer..." Na opini&atilde;o de Bernardo Vilas Boas, a reforma dos cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios est&aacute; a ser implementada tomando por base os interesses dos utentes e da sociedade portuguesa, e tamb&eacute;m dos profissionais de sa&uacute;de. No entanto, o m&eacute;dico aponta como factores menos positivos "uma gest&atilde;o pouco eficaz dos recursos humanos e do seu desenvolvimento profissional" e o "atraso significativo no cumprimento dos compromissos em rela&ccedil;&atilde;o ao pagamento dos incentivos institucionais, financeiros e das actividades espec&iacute;ficas". Embora seja certo que &eacute; f&aacute;cil fazer chegar sugest&otilde;es e coment&aacute;rios a quem concebe e coloca em pr&aacute;tica o processo de reforma, essa n&atilde;o &eacute;, para Bernardo Vilas Boas, a quest&atilde;o central. "Presentemente, o problema &eacute; muito mais da capacidade ou n&atilde;o de fazer acontecer a Reforma...&Eacute; preciso que todas as partes cumpram com o seu papel, desde os profissionais, as equipas e as USF, passando pelas ERA, pela Miss&atilde;o, pelos DC e as ARS at&eacute; &agrave; administra&ccedil;&atilde;o central (ACSS) e Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de. O que est&aacute; a acontecer com o sistema de informa&ccedil;&atilde;o &eacute; da responsabilidade dos &uacute;ltimos, &eacute; muito grave, n&atilde;o responde &agrave;s necessidades e p&otilde;e em causa todo o processo de mudan&ccedil;a". Relativamente ao actual momento da reforma, o m&eacute;dico considera-o cr&iacute;tico e &eacute; de opini&atilde;o que se deveria "encontrar alternativa &agrave; actual estrutura da Miss&atilde;o para os Cuidados de Sa&uacute;de Prim&aacute;rios, que n&atilde;o se adaptou &agrave;s novas exig&ecirc;ncias e n&atilde;o est&aacute; &agrave; altura da nova situa&ccedil;&atilde;o, designadamente com a necessidade de implementa&ccedil;&atilde;o dos agrupamentos de centros de sa&uacute;de (ACES) e da governa&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica, da multiplica&ccedil;&atilde;o quantitativa das USF e da promo&ccedil;&atilde;o da acredita&ccedil;&atilde;o". "O acontecimento extraordin&aacute;rio que &eacute; esta Reforma dos CSP est&aacute; a ser subestimado e exige novas respostas da sociedade, do Estado e do Governo..."

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