Jornal Médico - Uma polémica global!

Instalou-se, nas &uacute;ltimas semanas, um receio imposs&iacute;vel de esconder nos pa&iacute;ses que iniciaram programas de vacina&ccedil;&atilde;o contra o v&iacute;rus H1N1... Instalou-se, nas &uacute;ltimas semanas, um receio imposs&iacute;vel de esconder nos pa&iacute;ses que iniciaram programas de vacina&ccedil;&atilde;o contra o v&iacute;rus H1N1/gripe A. Muitos cidad&atilde;os temem mais os efeitos da vacina do que aqueles provocados pela doen&ccedil;a, perante a ideia (ilus&oacute;ria) de que a infec&ccedil;&atilde;o &eacute; menos perigosa e letal do que inicialmente esperado. Nesta edi&ccedil;&atilde;o, propomos uma volta ao mundo, em busca de saber qual o rumo que tomaram as conversas (cient&iacute;ficas e leigas) sobre a import&acirc;ncia da imuniza&ccedil;&atilde;o em diferentes geografias Tornou-se &oacute;bvio, desde muito cedo, que nem todos os portugueses correriam a arrega&ccedil;ar as mangas para serem vacinados contra a gripe A. Mais a mais quando argumentos a favor e contra a vacina invadem os notici&aacute;rios e as redes sociais, avolumando a confus&atilde;o na cabe&ccedil;a de quem procura ser esclarecido. Mais recentemente, os receios que envolvem a administra&ccedil;&atilde;o da vacina a gr&aacute;vidas vieram acentuar o clima de incerteza. Em Portugal, o INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Sa&uacute;de - garante que recebeu apenas duas notifica&ccedil;&otilde;es de morte fetal ap&oacute;s administra&ccedil;&atilde;o da vacina contra a gripe (Pandemrix), adoptada entre n&oacute;s. E at&eacute; agora, n&atilde;o foi poss&iacute;vel confirmar qualquer rela&ccedil;&atilde;o de causa/efeito entre a administra&ccedil;&atilde;o da vacina e a morte dos fetos. A pr&oacute;pria ministra da Sa&uacute;de, Ana Jorge, j&aacute; veio a p&uacute;blico garantir que tais coincid&ecirc;ncias podem acontecer, atendendo ao aumento do n&uacute;mero de gr&aacute;vidas imunizadas nesta &eacute;poca de vacina&ccedil;&atilde;o. Por seu lado, o presidente do INFARMED, Vasco Maria, explicou aos meios de comunica&ccedil;&atilde;o social que n&atilde;o existe "nenhuma verdade cient&iacute;fica" que prove a rela&ccedil;&atilde;o entre a vacina e as mortes fetais. Ap&oacute;s a confirma&ccedil;&atilde;o dos dois casos mortais, o INFARMED diz ter activado, no dia 17 de Novembro, os grupos de resposta a situa&ccedil;&otilde;es de crise da Ag&ecirc;ncia Europeia do Medicamento (EMEA), nomeadamente a Rede de Revis&atilde;o de Incidentes e o Grupo de Peritos para Resposta R&aacute;pida em Farmacovigil&acirc;ncia Pand&eacute;mica. Na altura, os representantes do INFARMED foram informados sobre a exist&ecirc;ncia de oito notifica&ccedil;&otilde;es a n&iacute;vel europeu de morte fetal, na sequ&ecirc;ncia da vacina&ccedil;&atilde;o. Por&eacute;m, depois de avaliados os casos suspeitos pelo Grupo de Peritos para Resposta R&aacute;pida em Farmacovigil&acirc;ncia Pand&eacute;mica, foi "considerado que uma rela&ccedil;&atilde;o causal entre a administra&ccedil;&atilde;o da vacina e as mortes fetais &eacute; improv&aacute;vel, pelo que o processo foi dado como encerrado pela EMEA", l&ecirc;-se em comunicado emitido pelo INFARMED. Assim, quer o INFARMED, quer a EMEA e os Estados-Membros da Uni&atilde;o Europeia onde se registaram casos de morte fetal entendem que "a rela&ccedil;&atilde;o entre os benef&iacute;cios e os riscos da utiliza&ccedil;&atilde;o da vacina contra a gripe pand&eacute;mica em gr&aacute;vidas se mant&eacute;m positiva", aconselhando, assim, a imuniza&ccedil;&atilde;o das gr&aacute;vidas. Recusa de vacina tem de ficar registada Entretanto, a Direc&ccedil;&atilde;o-Geral da Sa&uacute;de (DGS) tem vindo a emitir recomenda&ccedil;&otilde;es em torno na vacina&ccedil;&atilde;o com a Pandemrix, relacionadas com riscos espec&iacute;ficos detectados em outras latitudes. Na circular informativa n&ordm; 45/DSPCD, por exemplo, alerta-se os profissionais de sa&uacute;de para a necessidade de vacinar crian&ccedil;as dos 6 aos 24 meses de idade que "tenham apresentado reac&ccedil;&atilde;o al&eacute;rgica grave &agrave;s prote&iacute;nas do ovo" em ambiente hospitalar, "tal como recomendado para as vacinas do Programa Nacional de Vacina&ccedil;&atilde;o". &Eacute; igualmente dito nesta circular que a vacina pand&eacute;mica, por ser inactivada, pode ser "administrada simultaneamente ou com qualquer intervalo de tempo em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s vacinas do PNV". Caso se verifique, durante a visita de actualiza&ccedil;&atilde;o do PNV, que o n&uacute;mero de inject&aacute;veis &eacute; demasiado inc&oacute;modo para a crian&ccedil;a, "deve ter prioridade a vacina pand&eacute;mica", preconiza a DGS. Ainda no texto desta circular est&aacute; descrito o mecanismo atrav&eacute;s do qual os profissionais devem registar toda e qualquer recusa de toma da vacina, por parte dos pais das crian&ccedil;as a vacinar. Assim, se a recusa surgir durante a consulta m&eacute;dica, esta deve ser "registada pelo m&eacute;dico assistente na ficha cl&iacute;nica". Caso tal suceda em visita de actualiza&ccedil;&atilde;o do PNV, ter&aacute; se ser assinalada "na ficha de vacina&ccedil;&atilde;o do m&oacute;dulo de vacina&ccedil;&atilde;o do SINUS, no campo Observa&ccedil;&otilde;es". Apesar de toda a informa&ccedil;&atilde;o veiculada junto de t&eacute;cnicos de sa&uacute;de e do cidad&atilde;o comum, o sentimento relativamente &agrave; seguran&ccedil;a da vacina n&atilde;o &eacute;, em Portugal, de tranquilidade. O panorama de d&uacute;vida n&atilde;o &eacute;, por&eacute;m, exclusivo do nosso pa&iacute;s. Em todo o mundo multiplicam-se as controv&eacute;rsias centradas na toma ou recusa desta vacina. De um modo geral, os partid&aacute;rios da vacina&ccedil;&atilde;o consideram uma irresponsabilidade e um perigo desnecess&aacute;rio para a sa&uacute;de p&uacute;blica dispensar a vacina. Do outro lado da barricada, os opositores da vacina apontam para a baixa taxa de mortalidade da infec&ccedil;&atilde;o (quando comprada com a gripe sazonal, por exemplo), os efeitos leves a moderados que provoca na maior parte dos casos e para interesses econ&oacute;micos que beneficiam de uma certa paran&oacute;ia social em torno da doen&ccedil;a (capaz de for&ccedil;ar os estados a aumentarem o investimento em profilaxia). Fa&ccedil;amos, pois, um pequeno p&eacute;riplo mundial na tentativa de melhor perceber as conting&ecirc;ncias que envolvem as vacinas da gripe A, al&eacute;m-fronteiras. Espanha Quando uma monja consegue fincar a d&uacute;vida... O governo central espanhol e os conselheiros de Sa&uacute;de das comunidades aut&oacute;nomas estipularam o dia 16 de Novembro como data de arranque para a campanha de vacina&ccedil;&atilde;o em terras espanholas. Entre os grupos de risco inicialmente vacinados encontram-se gr&aacute;vidas, doentes cr&oacute;nicos, pessoal m&eacute;dico, for&ccedil;as de autoridade e guardas prisionais. &Agrave;s gr&aacute;vidas ser&atilde;o administradas vacinas sem coadjuvantes, para a diminui&ccedil;&atilde;o de risco de complica&ccedil;&otilde;es para o feto. A ministra da Sa&uacute;de e da Pol&iacute;tica Social, Trinidad Jim&eacute;nez, procurou descansar a popula&ccedil;&atilde;o com a garantia de que Espanha encomendara 37 milh&otilde;es de doses de vacina (com duas doses a serem administradas a cada indiv&iacute;duo), o que permitira cobrir at&eacute; 40% dos espanh&oacute;is. A ministra da Sa&uacute;de e da Pol&iacute;tica Social, Trinidad Jim&eacute;nez, procurou descansar a popula&ccedil;&atilde;o com a garantia de que Espanha encomendara 37 milh&otilde;es de doses de vacina (com duas doses a serem administradas a cada indiv&iacute;duo), o que permitira cobrir at&eacute; 40% dos espanh&oacute;is. Nos meios de comunica&ccedil;&atilde;o social, a discuss&atilde;o em torno da vacina conheceu epis&oacute;dios curiosos. O mais curioso - e provavelmente com maior impacto - foi a interven&ccedil;&atilde;o quase compulsiva de Teresa Forcades i Vila, que se auto-apresenta como especialista em Medicina Interna e doutorada em Sa&uacute;de P&uacute;blica. A tamb&eacute;m monja beneditina no Convento de Montserrat, em Barcelona, pronunciou-se contra o que considera ser uma onda de p&acirc;nico infundado em torno da gripe A. Segundo ela, aproximadamente 33% das pessoas maiores de 60 anos parecem ter imunidade a este tipo de v&iacute;rus. Afirma tamb&eacute;m que os dados cient&iacute;ficos s&atilde;o claros na confirma&ccedil;&atilde;o de que "a nova gripe &eacute; uma realidade mais benigna do que a gripe sazonal". Forcades i Vila acusa a Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial de Sa&uacute;de de se ter precipitado na declara&ccedil;&atilde;o da pandemia de gripe A, uma decis&atilde;o que segundo a monja permite que se declare "a vacina&ccedil;&atilde;o obrigat&oacute;ria para determinados grupos de pessoas ou, inclusivamente, para o conjunto dos cidad&atilde;os", com penaliza&ccedil;&otilde;es severas para quem se recusar a obedecer. Teresa Forcades alerta tamb&eacute;m para o facto de alguns laborat&oacute;rios utilizarem coadjuvantes na produ&ccedil;&atilde;o e administra&ccedil;&atilde;o das vacinas, que podem multiplicar por dez a resposta imunit&aacute;ria. "O problema &eacute; que ningu&eacute;m est&aacute; em condi&ccedil;&otilde;es de assegurar que este est&iacute;mulo artificial do sistema imunit&aacute;rio n&atilde;o provoque, passado algum tempo, doen&ccedil;as graves, como a s&iacute;ndrome de Guillain-Barr&eacute;", aponta a monja beneditina. Assim, prop&otilde;e aos cidad&atilde;os espanh&oacute;is que mantenham a calma, tomem precau&ccedil;&otilde;es sensatas e n&atilde;o se deixem vacinar. Nos meios de comunica&ccedil;&atilde;o social, a discuss&atilde;o em torno da vacina conheceu epis&oacute;dios curiosos. O mais curioso - e provavelmente com maior impacto - foi a interven&ccedil;&atilde;o quase compulsiva de Teresa Forcades i Vila, que se auto-apresenta como especialista em Medicina Interna e doutorada em Sa&uacute;de P&uacute;blica. A tamb&eacute;m monja beneditina no Convento de Montserrat, em Barcelona, pronunciou-se contra o que considera ser uma onda de p&acirc;nico infundado em torno da gripe A A m&eacute;dica catal&atilde; colocou um v&iacute;deo no site Youtube, onde explica muitas destas ideias e calcorreou programas de r&aacute;dio e televis&atilde;o, na defesa dos seus pontos de vista. No seu entender, a fobia em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; gripe A resulta apenas de uma gigantesca campanha da ind&uacute;stria farmac&ecirc;utica. Algumas semanas depois de encetada esta pol&eacute;mica, ficou incomunic&aacute;vel e fora do alcance das perguntas dos jornalistas que a procuraram para esclarecimentos adicionais. A v&aacute;rios jornais espanh&oacute;is ter&aacute; sido transmitido que se mudou para a Alemanha. Mas a pol&eacute;mica n&atilde;o terminou com o sil&ecirc;ncio da freira. Em declara&ccedil;&otilde;es ao di&aacute;rio El Pa&iacute;s, Pilar P&eacute;rez Bre&ntilde;a (Centro Nacional de Epidemiologia de Espanha) sugere que este testemunho ter&aacute; causado grande impacto na sociedade espanhola devido &agrave; sua fonte: "sup&otilde;e-se que por ser monja e por estar num convento n&atilde;o pode mentir, ou estar privada de raz&atilde;o". Sobre a reduzida coer&ecirc;ncia das palavras de Teresa Forcades, a virologista acrescenta que se tornam at&eacute; descabidas, face ao actual modelo de sociedade: "n&atilde;o faz qualquer sentido que a ind&uacute;stria farmac&ecirc;utica queira matar os seus clientes". Alemanha Quando as d&uacute;vidas nascem no parlamento... Em solo germ&acirc;nico foi Wolfgang Wodarg, pneumologista, especialista em Medicina Ambiental e presidente da Comiss&atilde;o de Sa&uacute;de do Parlamento Alem&atilde;o, quem fez as honras da casa do "N&atilde;o!" &agrave; vacina (ver info-imagem). E teve, no movimento, apoios de peso. Foi o caso de Johannes L&ouml;wer - presidente do Paul Ehrlich Institute (entidade com responsabilidades na aprova&ccedil;&atilde;o de ensaios e autoriza&ccedil;&otilde;es de comercializa&ccedil;&atilde;o de determinados produtos cl&iacute;nicos, nomeadamente vacinas) -, que declarou ao Neuen Presse que as actuais vacinas contra a gripe A "podem originar efeitos adversos mais graves do que as consequ&ecirc;ncias da contamina&ccedil;&atilde;o pelo v&iacute;rus". Em paralelo, L&ouml;wer aproveitou para considerar os temores p&uacute;blicos sobre a pandemia como uma orquestra&ccedil;&atilde;o, com "bons resultados de neg&oacute;cio para a ind&uacute;stria farmac&ecirc;utica". Wolfgang Wodarg, presidente da Comiss&atilde;o de Sa&uacute;de do Parlamento Alem&atilde;o, lan&ccedil;ou alertas sobre a suposta perigosidade da vacina. Ao jornal Bild, o tamb&eacute;m especialista em medicina ambiental sublinhou os riscos de oncog&eacute;nese devido ao facto de uma das vacinas produzidas para combater a gripe A recorrer, de acordo com as suas informa&ccedil;&otilde;es, a culturas de c&eacute;lulas de tumores de animais Fran&ccedil;a Estrelas da Medicina... dizem "N&atilde;o!" Em Fran&ccedil;a, os media foram palco de uma guerra aberta sobre o uso, ou rejei&ccedil;&atilde;o, da vacina contra a gripe A. A comunidade m&eacute;dica tem participado activamente neste debate, dividindo-se entre os partid&aacute;rios da imuniza&ccedil;&atilde;o e os que preferem dispens&aacute;-la. No jornal Le Parisien, o oncologista David Khayat, presidente do Instituto Nacional do Cancro e tido como pr&oacute;ximo do ex-presidente Jacques Chirac e o intensivista Patrick Pelloux escreveram cr&oacute;nicas nas quais se mostram totalmente contr&aacute;rios &agrave; vacina&ccedil;&atilde;o, anunciando a sua decis&atilde;o pessoal de n&atilde;o serem abrangidos pela mesma. Jean-Marie Le Guen, m&eacute;dico e deputado socialista na Assembleia Nacional, est&aacute; no lado contr&aacute;rio da barricada, defendendo a vacina&ccedil;&atilde;o para todos os grupos de risco. Tido na mais alta conta em Fran&ccedil;a, o presidente do Instituto Nacional do Cancro gaul&ecirc;s, David Khayat, deu a cara pelo n&atilde;o &agrave; vacina contra o H1N1 Entretanto, mesmo antes da vacina&ccedil;&atilde;o se iniciar em territ&oacute;rio gaul&ecirc;s, os profissionais de sa&uacute;de davam a conhecer as suas d&uacute;vidas sobre a profilaxia. Segundo um inqu&eacute;rito publicado no site da Internet do L'Express, mais de um ter&ccedil;o dos m&eacute;dicos, enfermeiros e auxiliares de ac&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica parecem inclinados para recusar a vacina&ccedil;&atilde;o durante este Outono. Jap&atilde;o Se houver problema... O governo indemniza! De acordo com o jornal Yomiuri Shimbun, v&aacute;rios casos de efeitos adversos entre profissionais de sa&uacute;de vacinados contra a nova estirpe foram j&aacute; confirmados no pa&iacute;s do sol nascente, com realce para a detec&ccedil;&atilde;o de anafilaxia e de les&otilde;es hep&aacute;ticas. O pr&oacute;prio Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, Trabalho e Seguran&ccedil;a Social japon&ecirc;s, confirma que pelo menos dez casos de efeitos adversos graves foram identificados desde que a vacina&ccedil;&atilde;o do pessoal de sa&uacute;de se iniciou, em 19 de Outubro. Ainda assim, um porta-voz do Minist&eacute;rio afirmou publicamente que a frequ&ecirc;ncia destes efeitos adversos &eacute; reduzida. De facto, a dezena de casos registou-se num total de 850 mil vacinas administradas, perfazendo uma taxa de efeitos adversos apenas marginalmente superior &agrave; verificada com a vacina da gripe sazonal. A fazer f&eacute; na publica&ccedil;&atilde;o Kyodo News, o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de pretende compensar todas as pessoas que tenham sofrido efeitos adversos da vacina, ao abrigo dos programas de vacina&ccedil;&atilde;o financiados por verbas p&uacute;blicas, bem como os cidad&atilde;os que tenham sido objecto de procedimentos de inocula&ccedil;&atilde;o incorrectos O virologista Hitoshi Oshitan, da Universidade Tohoku, alinha nesta an&aacute;lise ao garantir que "os riscos de efeitos adversos n&atilde;o variam muito em rela&ccedil;&atilde;o ao que &eacute; expect&aacute;vel relativamente &agrave; imuniza&ccedil;&atilde;o contra a gripe sazonal". O mesmo especialista pede, contudo, "monitoriza&ccedil;&atilde;o cautelosa em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s gr&aacute;vidas e a crian&ccedil;as em idades mais precoces". Su&iacute;&ccedil;a Pol&iacute;ticos n&atilde;o s&atilde;o grupo priorit&aacute;rio ... Apesar de um dos fabricantes da vacina contra a gripe A estar sediado em Basileia, a Su&iacute;&ccedil;a atrasou-se em rela&ccedil;&atilde;o a outros pa&iacute;ses europeus e tornou-se um dos &uacute;ltimos Estados da Europa Ocidental a aprovar uma das vacinas dispon&iacute;veis. As autoridades su&iacute;&ccedil;as que regulamentam o sector preferiram avaliar com mais detalhe as consequ&ecirc;ncias da vacina, antes de se pronunciarem a favor de um programa de vacina&ccedil;&atilde;o: Este dever&aacute; arrancar em Dezembro, com base em duas vacinas: Pandemrix (GSK) e Focetria (Novartis). A primeira foi interditada pela autoridade su&iacute;&ccedil;a que regulamenta os produtos terap&ecirc;uticos (Swissmedic) no que respeita ao uso em gr&aacute;vidas, menores de 18 anos e idosos acima dos 60 anos. Pietro Vernazza, director de servi&ccedil;o no Hospital St. Gallen, sentiu na pele as implica&ccedil;&otilde;es na vacina&ccedil;&atilde;o. Este m&eacute;dico injectou-se com a vacina que possui o adjuvante AS03, desenvolvida pela GSK, no &acirc;mbito de um estudo alargado. "Toma-se claramente consci&ecirc;ncia do seu efeito. O bra&ccedil;o do&iacute;a-me ap&oacute;s a inocula&ccedil;&atilde;o e revelou-se dif&iacute;cil dormir de noite. Pelo que me foi dado a conhecer, em alguns casos pode detectar-se febre e determinadas pessoas podem experimentar dificuldades em se movimentar, durante v&aacute;rios dias". Ao contr&aacute;rio do que acontece em Portugal, os deputados da Confedera&ccedil;&atilde;o Helv&eacute;tica n&atilde;o integram grupos de risco, priorit&aacute;rios no que toca &agrave; vacina&ccedil;&atilde;o contra o H1N1 Para j&aacute;, a Swissmedic mostra-se bastante prudente na aprova&ccedil;&atilde;o de vacinas contra a gripe A com coadjuvantes. De acordo com o di&aacute;rio Tages-Anzeiger, as autoridades decidiram tamb&eacute;m recomendar que, entre os grupos de risco, gr&aacute;vidas e crian&ccedil;as sejam vacinadas com produtos sem adjuvantes. "Uma vez que n&atilde;o existem dados cl&iacute;nicos suficientes sobre as vacinas, especialmente no que respeita a gr&aacute;vidas e crian&ccedil;as, iremos emitir recomenda&ccedil;&otilde;es concretas para a vacina&ccedil;&atilde;o destes grupos", adiantou Joachim Gross, da Swissmedic. Pietro Vernazza (Hospital St. Gallen) sentiu na pele as implica&ccedil;&otilde;es da profilaxia. Este m&eacute;dico injectou-se com a vacina que possui o adjuvante AS03, desenvolvida pela GSK: "toma-se claramente consci&ecirc;ncia do seu efeito. O bra&ccedil;o do&iacute;a-me ap&oacute;s a inocula&ccedil;&atilde;o e revelou-se dif&iacute;cil dormir de noite" EUA Muita procura... Poucas vacinas Depois de o n&uacute;mero de mortes provocadas pela gripe A nos EUA atingir recentemente a fasquia dos milhares, o presidente Barack Obama tomou a decis&atilde;o de classificar a epidemia de gripe A como uma emerg&ecirc;ncia nacional. A medida administrativa abriu as portas &agrave; possibilidade dos hospitais e autoridades estaduais acelerarem a cria&ccedil;&atilde;o de mais postos de triagem e tratamento. Ao mesmo tempo, as filas para a toma da vacina aumentaram um pouco por todo o pa&iacute;s e porta-vozes da administra&ccedil;&atilde;o Obama reconheceram que o programa federal de vacina&ccedil;&atilde;o conheceu um impulso inicial lento, pouco auspicioso. De notar que nos EUA s&atilde;o utilizadas duas formas de administra&ccedil;&atilde;o da vacina. Por via subcut&acirc;nea - com v&iacute;rus inactivado - e atrav&eacute;s de spray para uso intranasal - com v&iacute;rus vivo, embora atenuado. A FDA (autoridade norte-americana do medicamento) deu luz verde &agrave; utiliza&ccedil;&atilde;o de vacinas comercializadas por quatro fabricantes: Sanofi-Aventis, CSL, Medimmune e Novartis. Nos EUA, a pr&oacute;pria secret&aacute;ria de Estado da Sa&uacute;de, Kathleen Sebelius, confessou que os esfor&ccedil;os de conten&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a se iniciaram mais tarde do que seria desej&aacute;vel. De facto, apenas 16 milh&otilde;es de vacinas foram disponibilizadas na fase de arranque (para um pa&iacute;s de dimens&atilde;o continental) e muitos estados encomendaram dez vezes mais doses do que aquelas que lhes foram atribu&iacute;das Apesar da vacina&ccedil;&atilde;o avan&ccedil;ar, os opositores da mesma fazem-se ouvir sem reservas. E as vozes surgem de quadrantes inesperados. O apresentador de talk-shows e cronista de assuntos pol&iacute;ticos Bill Maher, apesar da sua not&oacute;ria falta de compet&ecirc;ncia cient&iacute;fica, veio pronunciar-se no Twitter em desfavor da vacina, ao afirmar que apenas os "idiotas" se deixariam vacinar no actual cen&aacute;rio. No seu programa semanal, emitido no canal HBO, chegou inclusive a contra-argumentar em prol da n&atilde;o vacina&ccedil;&atilde;o, face ao cirurgi&atilde;o card&iacute;aco e senador Bill Frist, insinuando que os est&atilde;o a "injectar doen&ccedil;as nos bra&ccedil;os dos americanos". O fen&oacute;meno parece dar origem a resultados imediatos. &Eacute; que de acordo com o New York Times, nos &uacute;ltimos dias de Novembro menos de metade dos pais nova-iorquinos que t&ecirc;m crian&ccedil;as em escolas prim&aacute;rias deram permiss&atilde;o legal para os seus filhos serem vacinados. Uma sondagem levada a cabo pela esta&ccedil;&atilde;o televisiva CBS denunciava, em paralelo, que apenas 46% dos americanos consultados aceitaria a picada no bra&ccedil;o, quando chegasse o momento da verdade. Ouvido pelo jornal New York Times, o comiss&aacute;rio de Sa&uacute;de da cidade de Nova Iorque, Thomas Farley, explicou que a aten&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica dedicada &agrave; vacina e &agrave; nova estirpe concedeu aos advers&aacute;rios da vacina&ccedil;&atilde;o "uma oportunidade para falar em p&uacute;blico e amplificar as suas mensagens, que de outro modo seria imposs&iacute;vel de alcan&ccedil;ar" Este tipo de resist&ecirc;ncia &eacute; inflamado por d&uacute;vidas que cresceram na mente dos americanos, em particular nos casais com filhos menores. De acordo com Steven Black, do Hospital Pedi&aacute;trico de Cincinnati, por influ&ecirc;ncia dos meios de comunica&ccedil;&atilde;o social e da enorme confus&atilde;o gerada em redor da vacina, muitas pessoas come&ccedil;aram a associar imediatamente alguns efeitos secund&aacute;rios graves com a toma da vacina. "Existem situa&ccedil;&otilde;es cl&iacute;nicas indesment&iacute;veis, como a s&iacute;ndrome de Guillain-Barr&eacute;, o aborto espont&acirc;neo e inclusivamente a morte, que coincidiram nos indiv&iacute;duos com a chegada da vacina para a nova estirpe de gripe", relembrou em texto publicado nas p&aacute;ginas do Lancet o investigador. Este e outros reputados especialistas defendem, todavia, que os doentes poderiam conhecer igual desfecho, mesmo que a vacina n&atilde;o entrasse na equa&ccedil;&atilde;o. Su&eacute;cia N&uacute;mero crescente de efeitos adversos... Preocupam popula&ccedil;&atilde;o Desde que foi iniciada a vacina&ccedil;&atilde;o contra a estirpe H1N1 na Su&eacute;cia, (com base na vacina Pandemrix, produzida pela GSK) registaram-se pelo menos 140 casos de efeitos adversos relatados &agrave;s autoridades sanit&aacute;rias. A morte de um doente devido a patologia card&iacute;aca, inicialmente associada &agrave; vacina, n&atilde;o foi confirmada pelas autoridades suecas (o mesmo sucedeu com outros tr&ecirc;s casos suspeitos). A directora do Instituto Sueco para o Controlo de Doen&ccedil;as Infecciosas, Annika Linde, procura ainda assim sossegar os seus compatriotas, com um argumento n&atilde;o convincente para todos: "&eacute; verdade que esta vacina apresenta mais efeitos adversos do que a vacina da gripe sazonal. Isto porque cont&eacute;m adjuvantes, que estimulam uma resposta defensiva do sistema imunit&aacute;rio. Por&eacute;m, trata-se de um sinal que demonstra a protec&ccedil;&atilde;o efectiva que consegue garantir". O principal desafio de Maria Larsson, Ministra da Sa&uacute;de sueca, &eacute; convencer o p&uacute;blico de que o n&uacute;mero crescente de casos de reac&ccedil;&otilde;es adversas &agrave; vacina contra o H1N1 n&atilde;o &eacute; preocupante Uma vez que milhares de suecos j&aacute; foram vacinados, os pedidos de informa&ccedil;&atilde;o chovem no Instituto Sueco para o Controlo de Doen&ccedil;as Infecciosas, mediante receios de complica&ccedil;&otilde;es. Com o aumento progressivo de efeitos indesej&aacute;veis relatados, as cr&iacute;ticas &agrave; seguran&ccedil;a da vacina foram subindo de tom. Na opini&atilde;o de Gunilla Sj&ouml;lin Forsberg, da ag&ecirc;ncia do medicamento sueca, sem fundamento: "at&eacute; agora, os efeitos adversos observados n&atilde;o s&atilde;o inesperados", disse Gunilla Sj&ouml;lin Forsberg em confer&ecirc;ncia de imprensa. Reino Unido Muito ru&iacute;do... Pouco siso O programa nacional de imuniza&ccedil;&atilde;o contra a gripe A come&ccedil;ou no Reino Unido na terceira semana de Outubro. O governo assinou contratos para a aquisi&ccedil;&atilde;o de duas vacinas distintas, a Pandemrix (GSK) e a Celvapan (Baxter). Para a maior parte dos cl&iacute;nicos, esta vacina &eacute; sem d&uacute;vida uma arma eficaz e segura. Steve Field, presidente do Royal College of General Practitioners, adiantou antes da campanha arrancar que os cl&iacute;nicos gerais deveriam preparar-se para convocar os grupos de alto risco: "parece tratar-se de uma vacina bastante segura, a julgar pelos dados at&eacute; agora reunidos". Mas uma vez que subsiste algum grau de disson&acirc;ncia na sociedade brit&acirc;nica, o Chief Medical Officer para a Inglaterra, Sir Liam Donaldson, apressou-se a lan&ccedil;ar um alerta no jornal Times, dando nota de que n&atilde;o ser&aacute; apanhado distra&iacute;do: "os extremistas tentam, a todo o custo, descarrilar a campanha nacional de vacina&ccedil;&atilde;o contra a gripe A. N&atilde;o lhes ser&aacute; permitido tal objectivo". Um exemplo claro de radicalismo ocorreu recentemente, junto a um hospital de Birmingham. No momento em que a campanha de imuniza&ccedil;&atilde;o dava os primeiros passos, um avi&atilde;o largou panfletos anti-vacina, um acontecimento que apanhou as autoridades de surpresa. "Se estivermos preparados para o n&uacute;mero de perturba&ccedil;&otilde;es fortuitas que afectar&atilde;o pessoas vacinadas, talvez possamos evitar reac&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas exageradas face a acontecimentos tristes, mas fruto de mera coincid&ecirc;ncia", defende David Spiegelhalter, professor de Cambridge perito em an&aacute;lise de risco. Para este acad&eacute;mico, os media t&ecirc;m um papel importante a desempenhar, em particular na tarefa de n&atilde;o explorar infelicidades pontuais que tenham ocorrido a indiv&iacute;duos vacinados: "Por que ser&aacute; que nunca vemos t&iacute;tulos de jornais como Homem vence lotaria depois de se vacinar contra a gripe?", questiona... A prop&oacute;sito dos expect&aacute;veis efeitos adversos de uma campanha que envolver&aacute; milh&otilde;es de cidad&atilde;os, David Spiegelhalter (professor da Universidade de Cambridge e especialista na an&aacute;lise de risco) assegura que o melhor &eacute; preparar o povo brit&acirc;nico para aceitar o inevit&aacute;vel, com a necess&aacute;ria tranquilidade: "se estivermos preparados para o n&uacute;mero de perturba&ccedil;&otilde;es fortuitas que afectar&atilde;o pessoas vacinadas, talvez possamos evitar reac&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas exageradas face a acontecimentos tristes, mas fruto de mera coincid&ecirc;ncia". O acad&eacute;mico lembra igualmente que os media t&ecirc;m um papel importante a desempenhar, em particular na tarefa de n&atilde;o explorar infelicidades pontuais que tenham ocorrido a indiv&iacute;duos vacinados: "Por que ser&aacute; que nunca vemos t&iacute;tulos de jornais como Homem vence lotaria depois de se vacinar contra a gripe?". R&uacute;ssia A teoria da conspira&ccedil;&atilde;o... Dado assustador: 30% dos russos acreditam que a gripe A/estirpe H1N1 foi criada pela ind&uacute;stria farmac&ecirc;utica, para aumentar a venda de produtos anti-virais. Esta conclus&atilde;o surge de uma sondagem realizada no site superjob.ru, que envolveu cerca de dois mil participantes. De permeio entre esta ilus&atilde;o colectiva e um rigoroso Inverno que se adivinha, as autoridades russas pediram &agrave;s unidades de sa&uacute;de para refor&ccedil;arem os seus dispositivos (&agrave; medida que o n&uacute;mero de casos diagnosticados e de mortes aumenta). Lutam, tamb&eacute;m, para convencer a popula&ccedil;&atilde;o de que n&atilde;o est&aacute; perante uma doen&ccedil;a fantasma. Segundo o jornal Moscow Times, os organismos federais que zelam pela Sa&uacute;de P&uacute;blica est&atilde;o a apostar em mensagens que privilegiam o reconhecimento de sintomas iniciais da doen&ccedil;a, de modo a que os russos n&atilde;o se sintam tentados a cair no imobilismo, ou nas mezinhas caseiras. Talvez movidos pela imprevisibilidade (ou pelos conselhos do epidemiologista mais consagrado do pa&iacute;s - Gennady Onishchenko, &agrave; direita na foto) muitos moscovitas passaram a ser vistos nos transportes p&uacute;blicos com m&aacute;scaras De real&ccedil;ar que uma das &uacute;ltimas v&iacute;timas mortais da gripe A - uma mulher de 39 anos residente em Krasnoyarsk - apenas procurou apoio m&eacute;dico cinco dias a seguir ao in&iacute;cio de sintomas, confirmou uma fonte do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de russo &agrave; ag&ecirc;ncia noticiosa RIA-Novosti. Apesar dos dados mais recentes indicarem perto de 2 mil casos de gripe A diagnosticados por via laboratorial, com um acr&eacute;scimo di&aacute;rio de 45 a 60 novos casos, o investigador Igor Nikonorov (Instituto de Pesquisa da Gripe - S&atilde;o Petersburgo) mostra-se prudente nas suas previs&otilde;es sobre como poder&aacute; a doen&ccedil;a disseminar-se em territ&oacute;rio russo: "&eacute; tudo altamente imprevis&iacute;vel". Ucr&acirc;nia Proibidos ajuntamentos e reuni&otilde;es p&uacute;blicas Na Ucr&acirc;nia, a propaga&ccedil;&atilde;o do H1N1 revelou-se de tal maneira r&aacute;pida que assustou os pa&iacute;ses vizinhos. A R&uacute;ssia e a Eslov&aacute;quia encerraram as fronteiras com a Ucr&acirc;nia e est&atilde;o a controlar com bastante rigor entradas e sa&iacute;das de populares. A Pol&oacute;nia solicitou uma posi&ccedil;&atilde;o da Uni&atilde;o Europeia sobre a mat&eacute;ria. O governo ucraniano decidiu tomar medidas preventivas e proibiu ajuntamentos e reuni&otilde;es p&uacute;blicas, medida que acresce ao encerramento de todas as escolas durante tr&ecirc;s semanas. Uma vez que o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de considera que a infec&ccedil;&atilde;o pode ter atingido n&iacute;veis epid&eacute;micos em algumas partes ocidentais da Ucr&acirc;nia (desde meados de Outubro os hospitais daquela regi&atilde;o t&ecirc;m recebido muitos doentes com insufici&ecirc;ncia respirat&oacute;ria), foram ainda levantadas restri&ccedil;&otilde;es de viagem aos cidad&atilde;os ucranianos. O ministro da Sa&uacute;de, Vasyl Knyazevych, considera a hip&oacute;tese de colocar toda a regi&atilde;o ocidental sob quarentena. A Ucr&acirc;nia v&ecirc;-se - literalmente - cercada pela gripe A. A primeira-ministra ucraniana, Yulia Tymoshenko, revelou perante o parlamento ucraniano que mais de 300 mil habitantes apresentam sintomas compat&iacute;veis com a infec&ccedil;&atilde;o Sublinhe-se que o pa&iacute;s est&aacute; mergulhado numa forte crise econ&oacute;mica e, como tal, ter&aacute; de recorrer a institui&ccedil;&otilde;es internacionais para obter o apoio necess&aacute;rio para enfrentar este problema sanit&aacute;rio. Para j&aacute;, o governo atribuiu um pacote de 42,7 milh&otilde;es de euros para a aquisi&ccedil;&atilde;o de material m&eacute;dico considerado essencial para o combate &agrave; infec&ccedil;&atilde;o. Canad&aacute; Pelo sim, pelo n&atilde;o... Vai um chazinho No Canad&aacute;, segue a bom ritmo a campanha de vacina&ccedil;&atilde;o. Mas os canadianos ainda se mostram indecisos sobre potenciais benef&iacute;cios e perigos da vacina. Tal inseguran&ccedil;a acaba por abrir portas &agrave; persuas&atilde;o feita, quer por apoiantes da profilaxia, quer por aqueles que a demonizam. Na regi&atilde;o de Alberta, por exemplo, Mar&iacute;a Tocco e Andrew Moulden (dois auto-intitulados peritos na infec&ccedil;&atilde;o e na administra&ccedil;&atilde;o de vacinas) iniciaram uma tourn&eacute;e de confer&ecirc;ncias sobre a mat&eacute;ria. Para assistir a estas confer&ecirc;ncias (realizadas nas cidades de Edmonton, Calgary, Grande Prairie e Red Deer), os interessados tiveram de pagar um bilhete de entrada no valor de 16 euros. Nas mensagens de endere&ccedil;o electr&oacute;nico que precediam as confer&ecirc;ncias explicava-se que os participantes podiam "descobrir a verdade sobre as vacinas". &Eacute; ainda poss&iacute;vel ler nestes textos promocionais que o neurocientista Andrew Moulden desenvolveu uma investiga&ccedil;&atilde;o cujos dados s&atilde;o relevantes, ao demonstrarem que certos ingredientes usados na vacina provocam dados neurol&oacute;gicos, doen&ccedil;as auto-imunes e desordens degenerativas. Mas h&aacute; quem contradiga estas posi&ccedil;&otilde;es. &Eacute; o caso de Glen Armstrong, especialista em doen&ccedil;as infecciosas da Universidade de Calgary. Apesar de ver como &uacute;til todas as clarifica&ccedil;&otilde;es sobre efeitos adversos de vacinas, Armstrong afirma que relativamente &agrave; vacina para a estirpe H1N1 nada de negativo h&aacute; a recear: "&eacute; evidente, de acordo com os dados de que dispomos, que todas pessoas alvo desta imuniza&ccedil;&atilde;o conhecer&atilde;o grandes benef&iacute;cios, que excedem em larga medida eventuais riscos de uma reac&ccedil;&atilde;o adversa". Glen Armstrong, especialista em doen&ccedil;as infecciosas da Universidade de Calgary, afirma que relativamente &agrave; vacina para a estirpe H1N1 nada de negativo h&aacute; a recear: "&eacute; evidente, de acordo com os dados de que dispomos, que todas pessoas alvo desta imuniza&ccedil;&atilde;o conhecer&atilde;o grandes benef&iacute;cios, que excedem em larga medida eventuais riscos de uma reac&ccedil;&atilde;o adversa" Esta opini&atilde;o n&atilde;o descansa, por&eacute;m, muitos dos habitantes da prov&iacute;ncia de Alberta, especialmente os apelidados de naturalistas. Estes preferem recorrer a produtos naturais com vista a refor&ccedil;ar o seu sistema imunit&aacute;rio e, assim, gastam o seu dinheiro em alternativas a uma vacina oferecida gratuitamente pelo Estado. Uma das maiores lojas de alimentos org&acirc;nicos da cidade de Calgary tem registado grande aflu&ecirc;ncia deste tipo de clientes (cerca de 30 pessoas por dia), os quais pedem expressamente produtos que os ajudem a aumentar defesas naturais contra a gripe A. No sentido de vacinar as gr&aacute;vidas com uma vacina isenta de adjuvantes, o Canad&aacute; comprou tamb&eacute;m 200 mil doses de vacina a outra companhia, a australiana CSL. As primeiras doses desta vacina foram distribu&iacute;das nas diversas prov&iacute;ncias canadianas durante a primeira semana de Novembro. Austr&aacute;lia Cl&iacute;nicos Gerais lideram distribui&ccedil;&atilde;o da vacina Na Austr&aacute;lia pensa-se j&aacute; em reduzir danos face a 2010. Aquele pa&iacute;s do hemisf&eacute;rio sul decidiu avan&ccedil;ar com um programa de vacina&ccedil;&atilde;o, apesar de entrar agora num per&iacute;odo menos cr&iacute;tico para a propaga&ccedil;&atilde;o da gripe A. O governo de Kevin Rudd gastou cerca de 61 milh&otilde;es de euros para adquirir cerca de 21 milh&otilde;es de doses &agrave; empresa CSL, apesar da &eacute;poca mais cr&iacute;tica do ponto de vista gripal estar a terminar naquele pa&iacute;s. Ainda assim, a ministra da Sa&uacute;de Nicola Roxon recomendou &agrave;s fam&iacute;lias australianas que se vacinem, aproveitando o esfor&ccedil;o financeiro realizado pelas autoridades federais (a vacina ser&aacute; gratuita) e em antecipa&ccedil;&atilde;o de tempos menos favor&aacute;veis, quando chegar o Inverno de 2010. A vacina&ccedil;&atilde;o contra a estirpe H1N1 torna-se assim o maior programa de imuniza&ccedil;&atilde;o alguma vez projectado em solo australiano, depois de em 2009 a doen&ccedil;a ter conduzido &agrave; hospitaliza&ccedil;&atilde;o de 4.700 pessoas e, segundo as estimativas, &agrave; morte de 200 indiv&iacute;duos. S&oacute; a prov&iacute;ncia de Queensland vacinou perto de 200 mil pessoas no m&ecirc;s que se seguiu &agrave; introdu&ccedil;&atilde;o da vacina, a maioria delas em consult&oacute;rios particulares de cl&iacute;nicos gerais, de acordo com declara&ccedil;&otilde;es proferidas em Brisbane pelo director-geral de Sa&uacute;de da prov&iacute;ncia, Michael Reid. Uma parte substancial destas vacinas foi administrada a profissionais de sa&uacute;de e a membros das comunidades abor&iacute;genes, estes &uacute;ltimos particularmente vulner&aacute;veis &agrave; infec&ccedil;&atilde;o. Nicola Roxon, Ministra da Sa&uacute;de, recomendou &agrave;s fam&iacute;lias australianas que se vacinem, aproveitando o esfor&ccedil;o financeiro realizado pelas autoridades federais (a vacina &eacute; gratuita) Entretanto, os procedimentos de vacina&ccedil;&atilde;o n&atilde;o est&atilde;o a ser bem aceites por alguns representantes da comunidade cient&iacute;fica. O problema reside no facto de as vacinas disponibilizadas surgirem em apresenta&ccedil;&atilde;o de multi-dosagem. Segundo a Associa&ccedil;&atilde;o Australiana para o Controlo de Infec&ccedil;&otilde;es, esta metodologia pode implicar s&eacute;rios riscos de sa&uacute;de para os cidad&atilde;os. A presidente daquela associa&ccedil;&atilde;o, Claire Boardman, frisa que "o uso de frascos multi-dose contraria normas de orienta&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica nacionais para o controlo de infec&ccedil;&otilde;es, sendo que no passado se registaram in&uacute;meros efeitos adversos associados ao seu uso, em casos bem documentados".

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